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A dor muscular é uma sensação comum que pode ser causada por diversos fatores, como lesões, inflamações, tensões, estresse, fadiga, doenças ou exercícios físicos. A dor muscular pode ser classificada em aguda ou crônica, dependendo da sua duração e intensidade. A dor muscular aguda é aquela que surge logo após um esforço físico ou um trauma, e que geralmente desaparece em poucos dias. A dor muscular crônica é aquela que persiste por mais de três meses, e que pode estar associada a condições como fibromialgia, artrite, lúpus, câncer, entre outras¹.
O exercício físico é uma das formas mais eficazes de prevenir e tratar a dor muscular, tanto aguda quanto crônica. O exercício físico pode atuar como um modulador da dor muscular por meio de diversos mecanismos, tais como:
- Melhora da circulação sanguínea e do aporte de oxigênio e nutrientes aos músculos, favorecendo a recuperação e a regeneração das fibras musculares lesionadas ou inflamadas².
- Estimulação da liberação de substâncias analgésicas e anti-inflamatórias pelo organismo, como as endorfinas, as encefalinas, a serotonina, a noradrenalina e o cortisol, que podem reduzir a sensibilidade e a percepção da dor muscular³.
- Aumento da força, da resistência, da flexibilidade e da coordenação muscular, prevenindo ou corrigindo desequilíbrios posturais, sobrecargas articulares, contraturas, espasmos e cãibras musculares⁴.
- Promoção do relaxamento físico e mental, diminuindo o estresse, a ansiedade, a depressão e o medo da dor, que são fatores que podem aumentar a intensidade e a duração da dor muscular⁵.
- Melhora da autoestima, da autoconfiança, da autoeficácia e da qualidade de vida, aumentando a motivação, a adesão e a satisfação com o tratamento da dor muscular.
No entanto, para que o exercício físico seja benéfico para a dor muscular, é preciso seguir algumas recomendações, tais como:
- Escolher um tipo de exercício físico adequado ao seu nível de condicionamento, às suas preferências e aos seus objetivos, podendo variar entre exercícios aeróbicos (como caminhada, corrida, ciclismo, natação, etc.), anaeróbicos (como musculação, pilates, ioga, etc.) ou mistos (como circuito, crossfit, funcional, etc.).
- Realizar uma avaliação médica e fisioterapêutica antes de iniciar o programa de exercícios físicos, para identificar possíveis contraindicações, limitações, riscos ou necessidades especiais, e para definir a frequência, a intensidade, a duração e a progressão dos exercícios.
- Respeitar os princípios do treinamento físico, como o aquecimento, o alongamento, a recuperação, a individualização, a especificidade, a sobrecarga, a reversibilidade e a periodização, para evitar lesões, sobrecargas, fadiga, estagnação ou retrocesso no desempenho físico.
- Manter uma alimentação equilibrada e hidratada, que forneça os nutrientes necessários para o funcionamento, a recuperação e a regeneração dos músculos, evitando o consumo excessivo de alimentos inflamatórios, como açúcar, gordura, sal, álcool, cafeína, etc..
- Monitorar a intensidade e a qualidade da dor muscular, usando escalas como a escala visual analógica (EVA) ou a escala numérica de dor (END), e comunicar ao profissional responsável pelo programa de exercícios físicos qualquer alteração, persistência ou piora da dor muscular.
Em conclusão, o exercício físico é uma intervenção eficaz e segura para a modulação da dor muscular, que pode atuar em diferentes níveis do organismo, melhorando a função, a saúde e o bem-estar dos indivíduos com dor muscular. O exercício físico deve ser realizado de forma regular, orientada, individualizada e integrada a outras modalidades de tratamento, como farmacológica, educacional e psicológica, visando uma abordagem multidisciplinar e holística da dor muscular.
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